quinta-feira, novembro 27, 2008

O truque de Sócrates...Ninguém deu conta!

É no IRS dos divorciados e no ISV, o imposto sobre os veículos. Nos últimos dois dias (hoje e amanhã) o PS vai fazer passar no Parlamento um acréscimo brutal de receita orçamental, através de agravamento dos dois impostos. Incrivel, a oposição nem tugiu nem mugiu. Está tudo muito distraído...

quarta-feira, novembro 26, 2008

Isto vai mesmo mal...

Isto ninguém reparou: Os seis maiores clientes das exportações nacionais entram em recessão no próximo ano. Espanha, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, EUA...

Recessão em 2009, mais 55 mil no desemprego

A economia recua 0,2% em 2009, em comparação com 2008. Haverá mais 55 mil desempregados e 70 mil até 2010, diz a OCDE. Como consequência, os consumidores vão cortar 0,2% no consumo, em comparação com os gastos em 2008. O investimento cai 1,2%.
A única "boa notícia" é a baixa da inflação, para 1,3% (?). Os funcionários públicos já ganham (proposta de 2,9% de aumentos). Mas no sector privado...
Isto vai ser mau. Muito mau. Será pior que em 2003. Garanto.

Aumentos de impostos à socapa, IRS e ISV

É assim: o IRS dos divorciados sobe. Deixa de existir abatimentos de 100% ao rendimento global (o que baixava o rendimento sujeito à taxa de imposto) e passa a existir uma dedução à colecta de imposto de 20%. É limpinho: significa aumento de impostos para rendimentos acima dos 18 mil euros. Acho bem, este aumento de imposto: é que o IRS não pode funcionar como um incentivo ao divórcio "artificial"...
Mas, em matéria de imposto, há mais: aumenta o imposto (muito) nos usados importados. Mais tarde, explico como.

quarta-feira, novembro 19, 2008

Disparates de Athayde

Há afirmações "assassinas". Athayde Marques, o presidente da Euronext, corre o risco de ser acusado de "vender gato por lebre". Diz ele que as empresas portuguesas estão descapitalizadas, o que é verdade. Estão entre as mais endividadas da OCDE, o que é um obstáculo enorme para desenvolver a actividade. Pois, Athayde concorda, mas ainda assim aconselha as empresas a irem para a Bolsa e os investidores a investirem...
Para mim isto é assim: os investidores e a Bolsa não servem para recapitalizar as empresas. Servem, isso sim, para financiar projectos de expansão. Será que Athayde não vê a diferença ou propõe uma Bolsa-hospital?

Números crús que explicam a recessão

- Entre Dezembro e Junho deste ano, a queda da bolsa desvalorizou a riqueza das famílias em cerca de 10,1 mil milhões de euros. (Atenção, só perdeu dinheiro quem vendeu. De resto, são "menos-valias" que minam a confiança).

- 2,1 milhões de famílias (as que possuem empréstimos bancários) precisam de dois anos de salários - já descontados os impostos - para pagar o montante total dos empréstimos contraídos para habitação e consumo. Ou seja, o endividamento das famílias (com empréstimos) atingiu os 200%. Isto significa 92% do PIB e 60% da sua riqueza. São os "escravos da dívida"...

- 14,6% das empresas com empréstimos bancários têm prestações em atraso. Em seis meses, o número de empresas a falhar com a banca aumentou 8,1%. Cresceu cerca de 14,1% em relação a Junho de 2007. Eis porque falha o investimento...

Era de esperar: país entra em recessão

- A economia cresce 0,5% este ano, face a 2007, diz o Banco de Portugal. Como a economia estagnou no terceiro trimestre, face ao segundo (ver INE), isto implica para o quarto trimestre a entrada em recessão. Contas feitas, nos últimos três meses a economia recua 0,2% em relação ao mesmo período do ano passado e cai 0,3% em relação ao terceiro trimestre deste ano (ver Diário de Notícias). Estamos em clima recessivo, em termos técnicos.

- Investimento cai 0,8% em relação a 2007 (no ano passado cresceu 3,2%). O consumo das famílias - em bens alimentares e duradouros, como carros e electrodomésticos - aumenta 1,4%, mas, diz o BP, está em claro abrandamento. No terceiro trimestre não entramos em recessão (até nova revisão do INE...) porque o consumo manteve-se acima da linha de água (mas se as importações crescessem mais um pouco, era o desastre). O desemprego real, baixos salários, inflação, impostos vai levar o desempenho do consumo a números negativos. É inevitável.

- Exportações griparam. Espanha - que compra 28% das nossas exportações - gripou. Alemanha e França também. As vendas crescem apenas 1,4%, quando em 2007 cresciam a um ritmo de 7,6%.

quarta-feira, novembro 12, 2008

Accionistas do BPN sem indemnização

Volto a referir: O Estado não tem de indemnizar accionistas pela nacionalização do BPN. Não se trata de uma nacionalização política. O banco estava tecnicamente falido - os prejuízos acumulados ultrapassam os capitais próprios e o passivo é superior ao activo - e, das duas, uma: ou os accionistas entravam com capital ou vendiam por um euro (simbólico) ao Estado. E afirmo mesmo que juridicamente a SLN Valor,lda, uma sociedade por quotas (que agrupa a SLN, o Grupo Português de Saúde, entre outros) terá de entrar com dinheiro. Ponto final. (ver "post" mais abaixo sobre mesmo assunto).

Constâncio, a desilusão

Constâncio desiludiu-me. Muito. Agora acha que o problema da supervisão é... falta de gente. Ele, como político, sabia que tinha de apresentar soluções. Não teve rasgo melho,r senão dizer que vai meter mais técnicos na supervisão!
Uma achega: porque não recorrer ao outsourcing? pelo menos as consultoras, especializadas em bancos, têm "ouvidos", são activos. Ah, e escritórios em todo o mundo. O que dá jeito e muito.

Constâncio, o lamentável governador


A prestação de Constâncio na comissão parlamentar foi lamentável...

1)O governador provou que não tem faro para os problemas. Não viu, não ouviu, não cheirou, não percebeu os multiplos sinais de problemas graves. Não tem o "faro" para distinguir rumores. Foi enganado durante anos, desprestigiou gravemente o Banco de Portugal.

2)A parte criminal foi-lhe referida em 2 de Junho pela administração do BPN (Abdul Karim Vakil). Porque só em 2 de Setembro transmitiu ao PGR? 90 dias para participar crimes? Se Karim Vakil era pessoa idónea (para presidir ao Banco e "colaborante"), porque Constâncio não transmitiu imediatamente informações de pessoa idónea ao PGR? Queria investigar? Mas o governador não tem de investigar, não tem competências. Recolher mais material? Quem tem de o fazer é a investigação. Ou seja, o PGR, DIAP, etc.

3)Deixou-se enrolar por sucessivas respostas dadas pelo BPN. Não percebeu que este era um sinal evidente de que escondiam algo? Só demonstrou falta de firmeza, foi um boneco.

4)A supervisão não sabe "ouvir", separar rumores. Pelos visto só sabe ler os números que lhes são presentes. Não são activos e julgam que resolvem as coisa por cartas! Porque não foi alguém a Cabo Verde falar com o banco central local, sobre as origens do Insular? Não são activos, tiveram sempre uma atitude passiva. Uma vergonha de supervisão.

terça-feira, novembro 11, 2008

Estranho mundo BPN IV

Constâncio terá hoje de explicar muitos mistérios no BPN. Desde logo "quem é quem" no Insular instalado em Cabo Verde (nome da holding, acionistas, direito de supervisão, datas, etc). E, se soube das masroscas em Março (como afirma o banco central de Cabo Verde) ou em Junho, como alega. E depois há a pergunta que (ainda) ninguém fêz: se sabia das maroscas em Junho, porque permitiu um aumento de capital em três fases? (a primeira concretizou-se com livranças, uma coisa muito manhosa...). No minimo, Constâncio teria de dizer à instituição que não chegava os montantes propostos para o aumento do capital.

sábado, novembro 08, 2008

Nã empréstimos pra ninguém...

Esperava-se e ontem o Banco de Portugal confirmou. A banca está a restringir os créditos aos particulares e empresas. Exige seguros de crédito (mais...), avales, mais garantias reais. E empresta menos: pode pedir mil, mas dão 800. As empresas não investem (segundo inquérito aos bancos, o que reforça suspeitas de estagnação da economia) e utilizam o crédito para reestruturar dívidas, passivos. Porquê a atitude dos banqueiros, logo agora que as taxas de juro baixam? simples. Sem poupanças internas (leia-se mais depósitos à ordem ou a prazo), a banca é obrigada a contratar fundos no estrangeiro (o uso de poupanças externas) para emprestar cá dentro. O drama é que a dívida da banca nacional ao estrangeiro já é elevada (cerca de 55% do PIB) e os banqueiros estrangeiros estão a fechar a torneira... Um assunto a seguir de perto, até porque a dívida externa deve, este ano, ultrapassar os 100% do PIB. Por outras palavras: o país está hipotecado ao estrangeiro.

sexta-feira, novembro 07, 2008

Défice orçamental e as provisões

No Parlamento o ministro das Finanças afirmou que os custos com a intervenção na banca (juros a pagar pelos 4 mil milhões de euros ao emitir Dívida Pública) serão cobertos com recurso às provisões orçamentais. O que Teixeira dos Santos não disse é que se utilizar as provisões, aumenta o défice orçamental.
A oposição (existe, para além de Louçã?) anda distraída...

quinta-feira, novembro 06, 2008

Estranho mundo BPN III (Indemnizações)


Polémicas, são as indemnizações aos administradores e accionistas do banco, por contrapartida à nacionalização.

O PS defende a atribuição de indemnizações. Apenas defende uma "suspensão" aos accionistas alvos de inquéritos ou processos judiciais, mas defende a atribuição, mesmo em caso de condenações. Pretende-se, diz, que o castigo não pode ultrapassar "a justa proporção". Pois...

O PSD nada diz, o PP afirma que às indemnizações deverão ser subraídos os custos com a intervenção e prejuízos. Enfim, o mesmo que o PS diz, embora por outro conceito (era o que faltava se assim não fosse...)

O Bloco de Esquerda diz que os crimes cometidos pela administração podem ter beneficiado os accionistas (pelos menos muitos) que ainda, por cima serão novamente beneficiados ao serem indeminizados.

O PCP, por convicão ideológica, diz o mesmo.

Eu digo o mesmo, mas não pelas mesmas razões do BE ou do PCP. Se estamos numa economia de mercado os accionistas só podem ter um de dois tipos de comportamento: ou assumem os prejuízos e recapitalizam o banco (pois, entrar com a massa e eles próprios, com a associação do Ministério Publico, Banco de Portugal, penalizarem os administradores, destituindo-os, processando-os por gestão danosa, crimes vários) ou vão-se embora e o colectivo de accionistas vende ao Estado pelo valor simbólico de um euro. A nacionalização (que se compreende pelo risco sistémico) só deve ocorrer deste modo. Ponto final.

Isto é o correcto. É o que se passa com todas as empresas que vão à falência.

O resto é "socializar" as perdas à custa dos contribuintes. E um escândalo.

Estranho mundo BPN II (dinheiros)


Vamos ao banco. O saldo de liquidez - a diferença entre os meios mais liquidos de pagamentos e os compromissos - era em Agosto de 300 milhões de euros, positivos. "Até Outubro" (expressão de Teixeira dos Santos) o saldo de liquidez já era de 800 milhões, negativos... o que motivou o "reviravolta" de 1,1 mil milhões de euros? Entretanto a CGD emprestou 200 milhões, o Banco de Portugal outros 200 milhões e a Segurança Social colocou lá entre 300 a 450 milhões de euros em depósitos...(para alavancar rácios??) Cá para mim, isto está mal contado. Há algo bem mais grave. Haveremos, mais adiante, saber as verdadeiras razões que levou o Estado a nacionalizar o banco.


Veremos o que acontecerá "até Dezembro".

Estranho mundo BPN I


É tudo muito estranho. O Banco de Portugal recusa dizer se o Banco Insular (o banco off-shore, situado em Cabo Verde) do qual parece ser do grupo SLN (Soc. Lusa de Negócios) está ou não no seu perímetro de supervisão. O Banco de Cabo Verde, pelo voz de um director diz que a supervisão é do BP, mas depois surge o primeiro ministro caboverdiano a dizer que é "segredo de Estado" (?). O Insular pertence a uma holding registada em Inglaterra, mas BP recusa dizer nome, bem como os respectivos acionistas. Entretanto é perceptível para os jornalistas(perfeitamente) que os dois bancos centrais estão em conversação diária, combinam comunicados e respectivos teores...

Cabo Verde avisou BP em Março, sobre as estranhas ocorrências com o Insular? Director de supervisão do BCVdiz que sim, mas BP só fala de Julho. Recusam clarificar isto e entretanto o director caboverdiano foi remetido ao silêncio...

Depois, Vitor Constâncio que fale em transparência.