sexta-feira, setembro 29, 2006

Segurança Social III

Com estas histórias do "cria não cria fundos" para a Segurança Social, acaba por se ver ilustres personagens a papaguear sobre tão enigmático assunto (sim, inigmático e de tal maneira que o PSD esteve semanas sem apresentar os números da sua proposta). Mas as personagens entendem de tudo. "É um tal falar" de repartição/capitalização/sistema misto, que a gente até julga que eles têm MBAs na matéria... Esquecem-se é que existe um fundo de capitalização agregado à Segurança Social. É verdade, até tem nome e está sob alçada do Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social, gerido pelo professor Baganha. Anualmente o fundo recebia 2% do total dos descontos - não recebe desde 2004 porque a lei permitiu a Bagão cancelar transferências, invocando dificuldades orçamentais - e em princípios de 2005, já acumulava mais de 5850 milhões de euros, 3,9% do PIB desse ano. O suficiente para anular o défice orçamental de 2006. Se o Estado cumprisse as regras financeiras desde há pelo menos 20 anos e os políticos não se lembrassem de utilizar a SS para campanha eleitoral (lembram-se de Paulo Portas com as pensões para os ex-combatentes?) hoje não estariamos a falar na SS...